quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Estava numa grande floresta. Já era noite, há muito andava sem rumo pelo gramado verde, guiada pela lua em seu estado cheia. Levada pela brisa do verão ouvia cada vez mais alto o som dos grilos.
- Hoje a natureza está plena – pensei comigo mesma.
Continuei na caminhada sem destino por muito, muito tempo. Mas, se passaram horas, dias, anos, décadas, eu não notei. Algo estava me chamando, alguma coisa dentro de mim dizia para seguir em frente. Não sei quando isso realmente ocorreu, só sei que fui tomada repentinamente pela certeza de seguir. Seguir, seguir, seguir. O anseio de encontrar algo perdido, ou algo novo, alguma coisa que nasceu comigo. E eu nunca soube.
Por um segundo, fui tomada pela dúvida. O que estava procurando? Mas depois, a clareza gritou em minha mente.
E no segundo seguinte, morri.
Eu me pergunto, era isso que eu estava procurando? A morte? Acho que não. Mas depois...
Nasci de novo.
Mais um lindo bebê chorou no mundo. E essa criança nasceu, cresceu, aprendeu, caminhou e morreu. E depois renasceu. E assim foi durante eras, durante toda uma história. Nascer, morrer e renascer.
Tudo no momento da morte me parecia banal, a não ser o fato de não ter encontrado o que procurava, o que tanto desejava, o que tanto temia.
Até que um dia...
Estava numa grande floresta, seguindo. Por um segundo fui tomada pela dúvida, mas depois, a clareza gritou em minha mente.
E então, Ela veio à mim, vestida de céu, em meio à escuridão. Uma outra sombra, com seus galhos de rei, aproximou-se em seguida.
E nesse dia, eu não morri.

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