segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Sorria e volta a ser quem era."

Ele agia como se já me conhecesse. Conhecia, de certa forma. Ele era a única pessoa que realmente me conhecia. Naquele momento, não importando quem visse, ele mostrou isso, e disse com todas as letras.
Logo depois de vê-lo ali, na minha frente, minha reação imediata foi correr para abraçá-lo. Ele estava finalmente ali, me recebendo em seu abraço. Depois disso, fiquei totalmente desorientada.
- Você... Como? Por quê? Por que você... – comecei a falar freneticamente até que ele me interrompeu dizendo:
- Eu prometi.
- É, prometeu, mas isso já faz 4 anos!
- Não importa, o que importa é que eu prometi que estaria aqui hoje, e cumpri. – quando ia começar a protestar, novamente fui interrompida – Mas, eu também vim, porque você está infeliz.
Nesse momento fiquei paralisada. Como ele sabia? Ninguém sabe! Até as pessoas que nos viram, ficaram assustadas com o comentário. Virei o rosto para a parede vazia, buscando esconder o que realmente sentia.
- Você pode ter enganado todos aqui, até seus pais. Mas eu não. Eu não preciso de palavras e muito menos de te ver para saber quando você está triste – disse ele levando sua mão ao meu queixo – Olha pra mim Juh! – de repente, notei seu olhar cada vez mais deprimido, em pânico, parecia que ele não sabia o que sentir: se dor, tristeza, agonia. Não, ele não sabia o que sentia. Foi quando completou:
- O que houve com a Julia que eu conheci, que era sempre feliz, alegre e divertida, sorria pra mim todos os dias e me deixava feliz independente de qualquer coisa? Por quê você não fala mais comigo Juh? EU QUERO A MINHA IRMÃ DE VOLTA!!
Diante das palavras dele, as lágrimas desceram com uma facilidade extrema. Nunca pensei que aquilo fosse possível. Abracei-o forte enterrando meu rosto em seu peito, soluçando. Ele, me acolheu carinhoso, preocupado.
- Me desculpa João!
- Não Julia, você não tem que se desculpar – dizia ele enquanto acariciava meu cabelo
- É que... é que eu... eu..
- Shh... Eu não preciso saber, eu não quero, não precisa dizer nada. Tá tudo bem Juh, calma! Eu te amo lembra? – assenti com a cabeça, ainda em seus braços – Você é a minha irmã, a única coisa que eu quero é te ver feliz, só isso!
Naquela hora foi perfeito. Mágico. Acho que tudo o que pedia internamente era um abraço. Vindo dele principalmente, porque o abraço não precisa de palavras, de explicações. Sentindo-me melhor afastei-me dele, fitando-o e buscando compreender sua expressão e tudo o que acabara de acontecer.
- Melhor? – perguntou ele enquanto enxugava minhas últimas lágrimas. Acenti – Então sorria e volta a ser quem era.
Revirando os olhos, sorri e voltei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário